O Clube do Artlier desafia-nos a criar. Neste mês de junho, com o tema "O meu bairro", a Joana e a Rita trouxeram-nos Cidades Invisíveis de Italo Calvino onde o viajante Marco Polo descreve ao imperador Kublai Khan as cidades que visitara. Khan deseja criar o império perfeito a partir dos relatos que ouve. Desafio aceite, dei por mim a pensar o que de melhor o meu bairro oferece aos moradores e que pudesse mostrar às participantes do Clube. O bairro onde cresci e para onde voltei aos 35 anos, o Fanqueiro, em Loures, é essencialmente de moradores. Praticamente não tem comércio, está rodeado de campo com sobreiros e pinheiros e nas ruas há jacarandás, castanheiros, grevíleas, lódãos, magnólias e mais verde e cores da natureza. O rio de Loures fica a 5 minutos daqui, há muitos pássaros, árvores, sombras, espaços verdes, gente de todas as idades, silêncio à noite com alguns piares de mochos galegos e cães a ladrar e, quando o dia começa a nascer ouvimos os galos. As pessoas que cá vivem cumprimentam-se quando se cruzam. É importante darmo-nos conta que somos parte duma comunidade que começa na nossa casa e que se expande para o mundo. O nosso mundo começa e acaba dentro de nós, mas também existe na nossa casa, no nosso bairro... Queremos vivenciar lugares bonitos para alimentarmos esse mundo. Lembro-me de, no verão, termos pirilampos no jardim. Hoje, como as casas já comeram muito do espaço do campo os pirilampos desapareceram. Quando queremos dar um passeio a pé vamos por ali fora até junto do rio (ver se a água ainda corre), vendo os campos, as ovelhas, as casas antigas ou, um pouco mais longe, até à igreja de Loures. O melhor do Fanqueiro: a Natureza, as cores, os sons, o silêncio, os cheiros...
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Estado d'almaTodos precisamos de ter tempo livre para esvaziar a cabeça das preocupações do dia-a-dia e voltar a encher a alma de desejos que nos ponham um sorriso na cara. Arquivo
March 2023
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